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3 de outubro de 2012

Índios americanos: o lado oculto e misterioso da natureza




Em 1897, o explorador e escritor Paul Heart Walker, após conviver três décadas com índios da tribo "kalosha", descreveu uma fascinante e rica história, que de acordo com os próprios índios, era verdadeira e era passada de geração para geração e fazia parte de sua história. 

Paul Heart Walker a descreveu em seu bloco pessoal 
de anotações e a intitulou como:
"Índios Americanos: o lado oculto e misterioso da natureza "

( American Idians: The hidden and mysterious side of the nature )

Leia agora, o trecho completo desta história:

“...Em minha vida, nunca imaginei que seria possível acreditar no desconhecido, em um Deus...
Que todos somos iguais?... Nisso sim sempre acreditei...
Mas  os negros e os índios que aqui habitam não são iguais a nós?
Então, por que devem sofrer mais que nós e trabalhar mais que nós?
Ah, esta humanidade, eu nunca conseguirei realmente entender...
 Nunca irei entender isso...
 E aqui estou rodeado de índios da tribo "kalosha", são ótima gente e não sinto falta da sociedade que deixei para trás por todo este tempo que me encontro aqui nesta aldeia. Fico feliz por eles terem me recebido de braços abertos e por me darem esta oportunidade maravilhosa e única de conviver com eles e aprender sua riquíssima tradição e sua incomparável cultura. Queria que você estivesse viva meu amor, minha querida e inesquecível esposa, mas a doença não teve piedade de nós e te levou e também levou nosso filho, mas poupou nossa filha que já se encontra formada e casada e me escreve sempre que pode. Já fazem mais de 30 anos e a sua falta é permanente em meu coração e é insuperável. Sinceramente prefiro assim, porque desta forma  sei que nunca vou te esquecer...nunca...

Índios Americanos: o lado oculto e misterioso da natureza
por Paul Heart Walker



Ontem na aldeia, choveu muito, mas hoje a lua desejou aparecer e por isso o chefe declarou que tinha chegado o momento de contar o porquê ela ilumina tão intensamente quando esta na fase cheia, fase que é sagrada e cultuada pelos índios da tribo "kalosha", pois mexe com os instintos, aguça os sentidos e mostra os inimigos que se escondem na noite.
Então, o chefe da tribo com sua vestimenta diferenciada, composta de pele de lobo e penas de águia, retira as penas e a pele que cobrem seu corpo e as levanta como se estivesse as apresentando a majestosa e onipotente Lua.

A pele é jogada na fogueira pelo chefe e meu intérprete, me diz que é para despertar os espíritos da noite, e você caro leitor, pode não acreditar, mas barulhos surgiram das grandes árvores que nos cercavam, e o
mais impressionante veio depois, os raios da lua, em sua fase cheia, passaram a iluminar nossa pequena aldeia e se concentraram na fogueira, e dela, lindas cinzas azuis com formatos de borboletas e pássaros, ficaram a nos rodear.
Me senti, protegido e iluminado e não sei o porquê, senti um aperto no peito, senti solidão, pensei nos que amei e que amo e nos que estavam longe de mim, naquele instante e chorei.
Neste mesmo momento o chefe soltou um forte e impactante berro, e todos voltaram a atenção para ele, e ele começou narrar a história que vou lhes contar, e que meu interprete John me ajudou a entender.
Conto como o chefe me contou, palavra por palavra...

"Há vários invernos atrás, muitos e muitos invernos atrás, quando eu
não era chefe e nem os olhos tinha aberto,quando meus pais e meus
avôs, também ainda não pertenciam a esta terra, e dela de nada comiam,
um índio viu o fato mais lindo e puro da vida aqui, nesta floresta. Ele,
pajé de grande aldeia, conseguia falar com os animais, e estes podiam o
entender. Numa noite, o pajé encontrou um pássaro machucado, com
a asa totalmente quebrada. O acolheu e o curou. O pajé tentou curar o
olho direito deste pássaro, mas foi em vão. Pássaro que antes tinha tudo
agora estava sem um dos olhos e a noite não conseguia se alimentar,
mas o pajé sempre o ajudava. Anos se passaram, o pajé faleceu. A ave
triste ficou. Não pelo fato de não ter mais quem lhe ajudasse, mais sim
porque o pajé era seu amigo, verdadeiro amigo. A ave então tentava se
alimentar, mas quando chegava a noite, mais complicado ficava. Até que
resolveu aceitar seu destino...
- Ave com um olho, não é ave... (Dizia a ave, às vezes para o pajé, que falecerá...)
Entocada na montanha mais alta, perto de um grande muro de rochas, a ave agonizava.
Certa vez, o pajé lhe perguntou:
- Mas por que tu não caças de dia?
O problema, era que por só ter um olho, o sol a impedia de concentrar, e a noite, com os animais dormindo e com pouca luz, a caçada era mais fácil e podia ser feita.
Entretanto, a asa doía e muito, e por isso o pajé a ajudava, porque a ave não
conseguia voar muito tempo e logo caia inconsciente, devido a intensa dor.
Mas... Sobre a ave, sim, voltemos a ela... Lá estava ela só, pronta para morrer, pronta para desistir, quando sobre seu olhar, a luz de repente ficou intensa e energizante... Era a lua. Mesmo ainda não sendo a época, a lua mudou e passou para a forma cheia, e para a ave
observava e lhe disse:
-Viva... Viva ave... Irei te ajudar a viver com minha luz, minha energia, e você me dará seu voo para eu apreciar...
-Lhe darei minha energia para te superar, e você me dará apenas seu olhar e à você, te chamar eu vou de Águia.
-"A voz... sim esta voz... é a mesma voz do pajé"- pensou a águia consigo mesma.
Anos se passaram, a Águia e a Lua, toda noite se encontravam.
Quando a lua não aparecia a águia ficava triste, mas feliz pois sabia que na próxima noite, a lua apareceria, e se não aparecesse, iria esperar. E ela sempre aparecia.
Quando a águia morreu, um eclipse ocorreu e a noite reinou sobre nós e várias lágrimas caíram do céu, aos quais hoje, chamamos cometas. Mas tenham certeza, eram lágrimas.
Toda noite, a lua ainda procura pela águia e é por isso que ilumina tudo, para que a
águia possa lhe ver e encontrar o caminho... O caminho da Lua..."




Tradução e adaptação
 Paul Heart Walker III
Kanpaz™ Brasil 




"Assim é na nossa vida...Buscamos como a águia, uma companhia para seguir conosco por esta estrada, que é difícil de ser trilhada, mas que a cada passo que nela avançamos em direção ao nosso destino, mais conhecimento obtemos, mais maravilhas conhecemos e também a cada passo, mais forte ficaremos. E ter um alguém, para com quem possamos dividir tudo isso, torna nossa viagem, ainda mais enriquecedora."



Kanpaz™ Brasil
(" Paul Heart Walker")


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